domingo, 24 de fevereiro de 2013

TER BARBA FAZ BEM À SAÚDE

De acordo com novas pesquisas, barbas e bigodes podem ser benéficos para a saúde dos homens. Esse é um campo de pensamento novo na ciência. No entanto, não custa se informar das possíveis vantagens da barba, especialmente se você é adepto a ela.



Proteção contra o sol

Segundo um estudo recente da Universidade de Southern Queensland (Austrália), um rosto com barba oferece proteção significativa contra os danos do sol e câncer de pele. Os pesquisadores descobriram que as partes do rosto cobertas por barbas e bigodes, em média, têm um terço a menos de exposição aos raios UV prejudiciais.

O estudo foi conduzido no sol do deserto australiano com manequins com e sem barba (barbas de 3,8 e 8,8 centímetros). Os pesquisadores utilizaram técnicas de dosimetria, que medem a quantidade de raios ou radiação absorvida em um determinado momento. Os resultados mostraram que as barbas pareciam oferecer 90 a 95% de proteção contra o sol, dependendo do comprimento do pelo.

Geralmente, os cabelos e pelos oferecem boa proteção contra o sol. É por isso que as mulheres têm muito menos danos solares se o seu cabelo cobre a parte de trás do seu pescoço e os lados de seus rostos.

A espessura do pelo também conta. Uma teoria é que de pelos grossos e encaracolados na barba “quebram” os raios do sol. A luz viaja em linha reta, mas quando bate no cabelo encaracolado, quebra-se, de modo que dificilmente atingem a pele por baixo.

Homens com barbas longas podem acrescentar a proteção em superfícies abaixo da face, como queixo e pescoço. Ainda assim, homens com pelos faciais devem usar um protetor solar, que não seja muito gorduroso, porque muitas barbas não são densas o suficiente para proteger bem a pele.

Alívio contra asma

Homens que têm asma desencadeada por pólen e poeira deveriam crescer pelos faciais, mais especificamente, um grande bigode, porque isso pode ajudar a reduzir os sintomas da condição.

Bigodes que atingem a área nasal podem parar ou impedir que alérgenos entrem no nariz e sejam inalados pelos pulmões, de acordo com a especialista médica em pelo Carol Walker, do Birmingham Trichology Centre (Inglaterra).

Já o britânico Dr. Rob Hicks acha que apenas o pólen, que é pegajoso, poderia ficar preso desta forma, impedido de entrar nas vias aéreas. “As partículas de poeira são microscópicas”, diz.

E, mesmo que bigodes sejam uma boa armadilha para a poeira, possuem um lado negativo: podem acumulá-la e qualquer gesto mais enérgico pode enviá-la para o nariz.

“Em teoria, um bigode pode impedir que gatilhos da asma entrem nas vias aéreas, mas teriam que ser coisas grandes”, conclui o Dr. Felix Chua, médico respiratório da London Clinic, Harley Street (Londres, Inglaterra).

Desaceleração do envelhecimento

O pelo facial pode ajudar a manter a pele jovem e em boas condições. Isso porque ele impede que a água deixe a pele, mantendo-a hidratada e protegendo-a do vento, que a resseca e perturba sua barreira protetora, de acordo com o dermatologista Dr. Nick Lowe.

“Além disso, se você passar hidratante, a barba ou o bigode vão ajudá-lo a ficar muito mais tempo na pele do que em um rosto exposto ou raspado”, explica.

A simples presença de folículos pilosos na face também ajuda, assim como as glândulas sebáceas da pele que revestem o pelo em óleos protetores. Em qualquer lugar que folículos capilares e glândulas de óleo estejam presentes, incluindo queixo, face e laterais do rosto, a pele fica mais grossa (e os homens têm mais folículos pilosos nesta área do que as mulheres).

“Pele mais grossa é mais resistente a danos, mesmo se o homem não tiver uma barba, em comparação com as mulheres, cuja pele tende a ser mais fina e ter menos folículos”, afirma Dr. Lowe.

Ajuda com resfriados e tosses

Barbas espessas que crescem sob o queixo e o pescoço aumentam a temperatura do corpo e podem ajudar a combater um resfriado.

“Pelo é um isolante que mantém o pescoço quente. Barba espessa bloqueia o ar frio e eleva a temperatura do pescoço, se tornando um bônus quando você está resfriado”, explica Carol Walker.

Quando você tem uma dor de garganta, por exemplo, o corpo aumenta sua temperatura (febre) para matar o vírus. Quanto mais quente você se mantém e mais fluidos você toma, melhor equipado fica para combatê-la. “Pelo em torno do queixo e pescoço acrescenta outra camada de proteção”, diz.

No geral, pelos faciais podem atuar como uma barreira física à temperatura fria. E temperatura corporal maior pode ajudar até com a tosse. “Tive pacientes que disseram que se agasalhar e usar algo como um lenço no pescoço diminuiu a tosse. É possível que uma barba também possa fazer isso”, conta o Dr. Felix Chua.

Suaviza a pele

Ter uma barba significa não se cortar nem irritar a pele com uma lâmina de barbear.
“Raspar é geralmente a principal causa de infecções bacterianas na área da barba”, explica o Dr. Martin Wade, dermatologista em Londres (Inglaterra).

Com a barba, os homens também poderiam se livrar de pelos encravados e condições como foliculite (infecção dos folículos pilosos que causa manchas).

MITO OU REALIDADE: PRECISAMOS DE 8 HORAS DE SONO POR DIA?

Quantas vezes você já ouviu que, para levar uma vida saudável, precisa de pelo menos oito horas de sono ininterrupto? A ideia parece sensata, mas carece de base científica. “A necessidade de sono varia conforme o indivíduo e pode estar entre 12 horas para algumas crianças e seis horas para adultos mais velhos”, aponta o professor de psicologia Leon Lack, da Universidade de Flinders (Austrália).


Em artigo recente publicado no site Medical Xpress, Lack destrinchou mitos envolvendo o sono (além daquele das 8 horas diárias “mínimas”). Para começar, diz, o sono normal não é um “longo e profundo vale de inconsciência”. “O período de sono é formado por ciclos de 90 minutos”, explica. “Acordar entre estes ciclos é normal e se torna mais comum conforme envelhecemos”.
A siesta

Se você sente sono no início da tarde, não pense que é porque comeu demais: faz parte do ritmo natural do nosso corpo. Por causa dos chamados ritmos circadianos, que controlam nosso relógio biológico, produção hormonal, temperatura corporal e funções digestivas ao longo do dia, é normal que nossa atenção diminua no período pós-almoço.

Antes da Primeira Revolução Industrial, quando o ritmo de trabalho passou a exigir que os operários passassem oito horas seguidas em atividade, a “siesta” (aquele cochilo no início da tarde) era um padrão de sono dominante, conta Lack. “Ainda é comum em comunidades rurais ao redor do mundo, não apenas em culturas do Mediterrâneo ou da América Latina”.
Sono bifásico

O sono bifásico, outra rotina, que pode soar meio estranha hoje em dia, também era comum antes da Primeira Revolução Industrial. “Esse padrão consiste em um sono inicial de aproximadamente 4h30 (três ciclos de sono de 90 minutos cada) seguido por duas horas acordado e um segundo período de sono de 3h (outros dois ciclos)”, explica.

Durante o inverno, habitantes da Europa Setentrional (ao norte do continente) passariam 9 ou 10 horas na cama, seguidas por 2 ou 3 horas de vigília, que poderiam ser contínuas ou divididas.
Sem medo de acordar

O mito do sono ininterrupto, tão forte nos dias de hoje, pode gerar preocupação entre pessoas que acordam no meio da noite e, assim, realmente causar insônia.

Na verdade, destaca Lack, “humanos podem dormir em diferentes horários e demonstrar pouca diferença em sua competência ao acordar”. Ele menciona pesquisas em que os participantes passaram por rotinas diversas: 20 minutos de sono a cada hora; 1 hora de sono a cada 3; ou 10 horas de sono a cada 28. Quando se acostumaram, os participantes não tiveram dificuldade em seguir essas estranhas rotinas.

“O sono de melhor qualidade é obtido na fase baixa de nosso ciclo circadiano – quando a temperatura do corpo e os índices metabólicos estão em seu nível mínimo”, aponta o autor. Para a maior parte das pessoas, isso ocorre tarde da noite – mas há casos e casos.

“Não há dúvida de que o mito das 8 horas de sono sólido é uma imposição cultural recente”. Portanto, se você acorda no meio da noite, nada de “perder o sono”. É normal!