segunda-feira, 26 de março de 2012

A CAPACIDADE DE ACORDAR ANTES DO DESPERTADOR


Um estudo feito na Alemanha, mostra que a capacidade de antecipar, durante o sono, o momento de acordar pode estar ligada à liberação no sangue, com hora marcada, de um hormônio produzido em situações de estresse, a adrenocorticotropina e o cortisol, que são normalmente liberados em grandes quantidades no momento em que acordamos de forma espontânea.

Se o aumento do nível desses hormônios no sangue faz parte dos mecanismos que marcam o fim do sono todas as manhãs, talvez ele também possa acontecer com a hora marcada.

Para confirmar essas suposições os cientistas fizeram um experimento e chegaram a conclusão de que, o aumento da adrenocorticotropina no sangue parece facilitar o despertar espontâneo, talvez seja o aumento programado desse hormônio um hora antes do despertar que nos permita ganhar a corrida contra o despertador.

Até faz sentido esse “hormônio-despertador” ser normalmente um hormônio do estresse.

quinta-feira, 22 de março de 2012

AÍ EU ME AFOGO NUM COPO DE CERVEJA

Pesquisa mostra que machos de moscas-das-frutas privados de sexo buscam prazer na bebida alcoólica. O comportamento pode ajudar a esclarecer mecanismos envolvidos na geração de sensações agradáveis em humanos. 


A cena é clássica: rejeitado por sua amada, o homem afoga as mágoas na bebida. Embora seja típica das novelas, essa história se passa em um laboratório em Maryland, nos Estados Unidos, onde machos da espécie Drosophila melanogaster – mais conhecida como mosca-da-fruta – buscaram prazer no álcool após serem desprezados quando tentavam copular com as fêmeas.

Durante a pesquisa, foram observados dois grupos de moscas. No primeiro, os machos eram colocados junto a fêmeas virgens e, após cortejá-las, a cópula acontecia sem problemas. Já o segundo grupo era formado por machos expostos a fêmeas que já haviam copulado e rejeitavam nova atividade sexual, fugindo e chutando os possíveis parceiros.

Logo após a atividade sexual, frustrada ou não, os dois grupos tinham a possibilidade de ingerir líquidos com e sem etanol. Enquanto o primeiro grupo consumiu a mesma quantidade das duas bebidas, o segundo exibiu uma preferência significativa pelo líquido com etanol. O objetivo dos cientistas era entender os mecanismos químicos envolvidos na busca pelo álcool.


Veja abaixo o vídeo que mostra o comportamento das moscas durante a experiência:

O estudo, publicado esta semana na revista Science por pesquisadores da Universidade da Califórnia e do Instituto Médico Howard Hughes, nos Estados Unidos, descreve o álcool como um substituto do sexo na tentativa de obter prazer. Assim como em humanos, o prazer sentido pelas moscas é atingido através da ativação do sistema de recompensa, formado por neurônios capazes de liberar substâncias que geram sensações agradáveis.

Para chegar a essa conclusão, os cientistas analisaram os níveis de neuropeptídeo F (NPF), substância responsável por estimular o sistema de recompensa das moscas. Logo após a tentativa frustrada de copular, os machos exibiam níveis muito baixos de NPF, que aumentavam após o consumo de bebida alcoólica. “Tanto o etanol quanto a exposição a fêmeas que permitiam a cópula aumentaram os níveis de NPF, mostrando que essa substância é fundamental nos mecanismos que geram prazer”, explica Galit Shohat Ophir, biólogo que faz parte da pesquisa.

Rejeição x privação sexual

Os pesquisadores procuraram então entender se a experiência emocional de rejeição sofrida pelas moscas é o principal fator responsável pela dependência do álcool. A resposta poderia ajudar na compreensão de mecanismos bioquímicos envolvidos em distúrbios humanos como depressão e estresse pós-traumático, que também são influenciados pela interação social e estão associados a níveis abaixo do normal do neuropeptídeo Y (NPY), um análogo do NPF.

O novo experimento envolveu a união de machos virgens – teoricamente, ansiosos pela cópula – com fêmeas decapitadas, que, apesar de não rejeitarem os machos, também não participariam da atividade sexual. Quando expostos ao líquido com etanol, esses machos apresentavam o mesmo nível de dependência que o grupo rejeitado, mostrando que o principal agravante na busca pela bebida é a privação sexual em si e não a sensação de rejeição.

A descoberta pode ajudar na busca por tratamentos para os distúrbios humanos. Segundo Galit, o NPY está envolvido em muitos processos bioquímicos e pode ser difícil descobrir medicamentos que regulem seus níveis. “Entender como funcionam os mecanismos envolvidos na produção do NPF das moscas pode esclarecer dúvidas sobre a formação dos neuropeptídeos humanos”, completa o pesquisador.

terça-feira, 20 de março de 2012

TIMIDEZ PODE SER RESULTADO DE FALHAS NO CÉREBRO, DIZ ESTUDO


Ficar com as bochechas vermelhas facilmente pode ajudar os tímidos a fazerem sucesso, mas a descoberta de um novo estudo indica algo menos fofo sobre a timidez.

Usando imagens de ressonância magnética funcional, pesquisadores da Universidade de Vanderbilt, nos EUA, descobriram que os tímidos podem ter problemas em duas regiões cerebrais – a amígdala e o hipocampo -, o que pode causar problemas de adaptação a novos ambientes e novos estímulos.

Foram analisados tanto adultos inibidos quanto os desinibidos, que foram expostos a fotos de rostos de pessoas desconhecidas repetidas vezes. Durante a exposição a rostos diferentes, o hipocampo e a amígdala geralmente apresentavam uma atividade mais intensa. Mas ela tendia adiminuir à medida que esses rostos se repetiam e iam se tornando mais familiares. Foi o que aconteceu com os mais extrovertidos – mas não com os tímidos.

Para eles, a resposta cerebral era sempre intensa – ou seja, não se habituavam aos rostos mesmo que os tivessem visto várias vezes.

Segundo a principal autora do estudo, Jennifer Urbano Blackford, essa falha em se familiarizar ajuda a entender o comportamento tímido e cauteloso que é característico dos indivíduos inibidos.

“Aqueles que familiarizaram mais lentamente podem achar encontros com novas pessoas algodesgastante e evitar novas experiências sociais, enquanto os que se ajustam mais rapidamente podem ser mais propensos a buscar novas experiências sociais“, disse ela ao Science Daily.

Isso pode, segundo o estudo, ser a causa da síndrome de ansiedade social, problema que afeta um a cada dez adultos nos Estados Unidos e se caracteriza pelo medo crônico de certas situações sociais.

terça-feira, 13 de março de 2012

DERRUBANDO MITOS DO FILHO ÚNICO

Esqueça os estereótipos sobre crianças que crescem sem irmãos. Especialistas garantem que elas podem se tornar adultos tão ou mais saudáveis do que aquelas que crescem em grandes famílias.


Visto pelos colegas de escola como um ser solitário, até um pouco estranho, e observado pelos adultos à sua volta com um ligeiro ar de pena, o filho único era sinônimo de garoto mimado, egoísta e, por vezes, antissocial. De fato, representava uma exceção na família brasileira. Mas mudanças sociais e econômicas estão deixando a árvore genealógica nacional cada vez mais enxuta e as crianças sem irmãos avançam nas estatísticas e se tornam regra, sobretudo nos grandes centros urbanos. Se nos anos 1960 os casais tinham, em média, mais de seis filhos, hoje não chegam a dois por família. A boa notícia é que o patinho feio virou cisne: especialistas afirmam que reinar soberano entre pai e mãe não torna a pessoa necessariamente complicada. Ao contrário, tende a garantir adultos mais bem formados e inteligentes.


Um dos motivos é a concentração de investimento no único rebento. A pesquisadora americana Judith Blake, por exemplo, concluiu em seu livro “Family Size and Acheivement” que os filhos únicos têm melhor desempenho escolar e se tornam adultos mais bem-sucedidos profissionalmente do que as crianças criadas em famílias grandes.
A conformação atual da sociedade contribui para derrubar o mito do filho único reizinho. Afinal, cada vez mais os pais prezam seus interesses pessoais. “O filho único acaba tendo que dividir seus pais com outras prioridades da vida deles. Então ele já não é tão soberano assim”, afirma a psicanalista Diana Corso, ela própria filha única, que vê uma virtude em crescer sem irmãos. “A experiência da solidão pode ser positiva”, diz.


Bom rendimento escolar costuma vir no pacote de características dos filhos únicos, de acordo com a psicóloga educacional americana Toni Falbo, que analisou os resultados de anos de testes padronizados que avaliavam habilidades matemáticas e de expressão verbal, comparando filhos únicos com aqueles de famílias maiores. A conclusão é que, no caso das crianças sem irmãos, a pressão vem de dois lados: junto com a cobrança dos pais, elas mesmas tendem a ser mais exigentes consigo mesmas, pois têm como referência os adultos ao redor. Um estudo de 2004 da Universidade Federal do Rio Grande do Sul confirma a tese. O trabalho constatou que, entre os alunos que tiraram as melhores notas, havia uma porcentagem maior de filhos únicos.

segunda-feira, 5 de março de 2012

CÃES CONSEGUEM NOS ENTENDER

Uma nova pesquisa mostra que seu melhor amigo compreende suas atitudes da mesma forma que um bebê


De acordo com um novo estudo, cachorros têm a mesma capacidade de compreensão de nossas intenções do que um bebê de seis meses. Para chegar a essa conclusão, pesquisadores da Universidade Eötvös Loránd, na Hungria, analisaram a forma com que os cães reagiam enquanto uma pessoa falava com eles. 

Quando os pets olhavam nos olhos de seu interlocutor e esse olhar era retribuído, eles passavam a seguir o olhar da pessoa com os próprios olhos. Isso não acontecia quando não havia contato visual. Segundo os cientistas, isso significa que eles estariam atentos aos sinais que damos de nossas intenções, da mesma forma que um bebê que ainda não sabe falar faz. 

A atenção dos cachorros também era maior quando a pessoa falava com ele em um tom de voz mais alto – em outras palavras, com voz de bebê. De acordo com os cientistas, isso acontece porque o cão sabe que, quando você fala desse jeito, está interagindo com ele e, assim, presta mais atenção. 

Outro estudo, publicado em 2011, mostrava que os cães normalmente pedem comida para aquelas pessoas que olham para eles do que para aquelas que não estão fazendo contato visual. Ao mesmo tempo, o veterinário especialista em inteligência canina Stanley Coren, estima que um cachorro decore o som e o significado de 165 palavras, o que equivale ao vocabulário de uma criança de dois anos.

quinta-feira, 1 de março de 2012

COMÉDIAS ROMÂNTICAS ESTRAGAM A SUA VIDA


Que feio, Julia Roberts.

Pesquisadores da Universidade de Heriot-Watt, na Escócia, constataram (em um trabalho bem divertido) que assistir a comédias românticas deixa a gente com expectativas irreais – e potencialmente perigosas – quantos aos relacionamentos da vida real.

Analisando 40 sucessos do gênero (como “Enquanto Você Dormia”, com o casalzinho Sandra Bullock e Bill Pullman, e “Mensagem para Você”, com Meg Ryan e Tom Hanks), eles isolaram alguns dos elementos mais perigosos das histórias: os conceitos de que casais se apaixonam instantaneamente; que, no final, o destino sempre une as pessoas que se amam; e que há apenas um par perfeito para cada um. Além disso, nos filmes as traições e mancadas são superadas com muito mais facilidade do que na vida real.

Identificado o inimigo, os especialistas colocaram cerca de 100 voluntários para assistir a“Escrito nas Estrelas” – aquele filme fofinho com John Cusack e Kate Beckinsale. Outros 100, enquanto isso, assistiam a um drama de David Lynch.

Em um questionário feito após a sessão, quem viu a comédia romântica demonstrou convicções muito mais fortes nos conceitos românticos, como destino, do que os outros. Inocentes. “Se você acha que é assim que as coisas funcionam, pode se preparar para umadecepção”, aconselha o líder do estudo, Bjarne Holmes.